Museu Virtual Guarani e Kaiowá
Laboratório de Antropologia Multimídia. (UCL - MAL) + Kunangue Aty Guasu + IDAC
Apoiado pelo UCL Grand Challenges Special Initiatives Fund, The British Museum’s Endangered Material Knowledge Practices Fund.
Coordenação:
Raffaella Fryer-Moreira,
Fabiana Assis Fernandes,
Ludovic Coupaye
Neste projeto, a UCL MAL está produzindo, em colaboração com as mulheres indígenas Guarani e Kaiowá, um Museu Virtual desenvolvido nas plataformas Mozilla Hubs e Unity. Este projeto de Museu Virtual busca atender às preocupações levantadas pelas comunidades indígenas em relação ao acesso da comunidade à gestão do patrimônio, criando uma infraestrutura digital por meio da qual as comunidades locais podem preservar, curar e exibir seu patrimônio cultural material e imaterial.
Como os povos Guarani e Kaiowá enfrentam uma severa crise humanitária no Brasil, há a necessidade de uma compreensão maior e mais exposta dos direitos indígenas e da importância de se repensar como o patrimônio cultural material e imaterial é gerido em escala global, aumentando a participação das comunidades na curadoria e exibição do patrimônio.
UCL MAL, uma rede de pesquisa liderada por estudantes que explora métodos experimentais para prática de pesquisa e comunicação entre disciplinas, propôs a construção de um museu virtual online com curadoria de comunidades indígenas Guarani e Kaiowá no Brasil. Este projeto de pesquisa enfoca as relações entre saberes, práticas indígenas e seu meio ambiente, averiguando como e o que as comunidades Guarani e Kaiowá gostariam de preservar em seu Museu virtual.
A Kuñangue Aty Guasu, liderado por anciãs e xamãs Guarani e Kaiowá, é um espaço essencial para as mulheres indígenas trocarem conhecimentos, desenvolverem propostas de ação compartilhadas e é um local chave para a criação de seu Museu Virtual.
Atualmente o projeto concluiu sua primeira etapa, que foi desenvolvida de forma remota devido às condições estabelecidas durantes a pandemia de COVID-19. Nela desenvolvemos o primeiro protótipo do museu que foi apresentado de forma presencial e com os óculos de realidade virtual para a comunidade entre setembro e novembro de 2021.
Nessa ocasião, um novo elemento importante surgiu, algumas Anciãs da comunidade relataram ver espíritos sagrados dentro do espaço virtual que não haviam sido incluídos pela equipe técnica do museu. A presença dos espíritos no museu de realidade virtual direcionou o projeto para uma nova investigação, voltada para encontros de alteridades em espaços digitais, e visibilidades e invisibilidades produzidas/possibilitadas pela tecnologia. Dessa forma, levantando questionamentos sobre o aspecto ontológico da realidade virtual e da tecnologia contemporânea confrontada com os saberes e práticas indígenas ancestrais.