O trabalho é uma projeção em domo projetada para planetários, integrando paisagens sonoras capturadas durante trabalho de campo — gravações terrestres e subaquáticas de vocalizações de golfinhos, movimentos de peixes e atividades humanas — conduzidas em colaboração com biólogos e antropólogos. Esses sons foram compostos em uma peça de áudio espacializada usando técnicas de mixagem binaural para evocar os gestos da pesca e o comportamento dos golfinhos. O componente visual emprega simulações físicas de atratores estranhos que respondem às frequências sonoras. Assim, o som gera o espaço, imergindo-nos em perspectivas mais-que-humanas e especulando sobre como os golfinhos usam a ecolocalização para navegar.

 

A obra aborda poeticamente as interações entre humanos, golfinhos e seu ambiente, propondo uma prática “acustemológica” que une arte, ciência e comunidades locais na proteção desse patrimônio ameaçado, ao mesmo tempo em que promove colaborações interdisciplinares e interespecíficas.